Eurocódigo 0: requisitos estruturais de um edifício

O Eurocódigo 0 estabelece os princípios e os requisitos de segurança básicos para projeto de estruturas. Saiba mais

O Eurocódigo 0 introduz as noções básicas relativas aos edifícios e fornece algumas informações básicas sobre os requisitos estruturais dos edifícios.

Para projetar edifícios seguros e funcionais, é necessário realizar o cálculo estrutural respeitando os conceitos técnicos introduzidos nos Eurocódigos.

Portanto, sugerimos que você use um software de cálculo estrutural para modelagem, análise, projeto e preparação de documentos de construção de acordo com os Eurocódigos (CE) e respectivos anexos nacionais.

E se você for brasileiro? Não se preocupe, pois o software de cálculo estrutural desenvolvido pela ACCA software atua também no respeito das normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

Eurocódigo 0: fundamentos do projeto estrutural

O Eurocódigos (CE) são o conjunto de normas europeias para o dimensionamento estrutural, que permitem a aplicação de um critério de cálculo estrutural comum em toda a Europa e em muitos países não europeus, como a Malásia, Singapura, Vietname, Hong Kong, a região dos Balcãs, etc.

Esses padrões foram introduzidos pelo Comitê Técnico CEN/TC 250 “Eurocódigos Estruturais”, que tem responsabilidade geral por todos os projetos CEN sobre códigos de projeto estrutural.

Ter regras comunitárias permitiria quebrar fronteiras e deixar aos construtores a possibilidade de agir livremente e ao mesmo nível em todos os países da comunidade europeia.

A “EN 1990 – Bases para o projeto de estruturas”, também conhecida como Eurocódigo 0, constitui o texto básico e deve ser integrado ao conjunto de normas EN 1991 – EN 1999 para o projeto estrutural de edifícios novos ou existentes.

Cada Eurocódigo, de fato, aprofunda um tópico preciso e, mais precisamente, esse complexo conjunto de normas técnicas é estruturado da seguinte forma:

  • Eurocódigo 1 (EN 1991) – Acções em estruturas
  • Eurocódigo 2 (EN 1992) – Projecto de estruturas de betão
  • Eurocódigo 3 (EN 1993) – Projecto de estruturas de aço
  • Eurocódigo 4 (EN 1994) – Projecto de estruturas mistas aço-betão
  • Eurocódigo 5 (EN 1995) – Projecto de estruturas de madeira
  • Eurocódigo 6 (EN 1996) – Projecto de estruturas de alvenaria
  • Eurocódigo 7 (EN 1997) – Projecto geotécnico
  • Eurocódigo 8 (EN 1998) – Projecto de estruturas em regiões sísmicas
  • Eurocódigo 9 (EN 1999) – Projecto de estruturas de alumínio
A imagem mostra o conjunto de normas europeias conhecidas como Eurocódigos.

Eurocódigos CENTC250

Atualmente, o Eurocódigo 0 também é válido para:

  • dimensionamento de estruturas em que estejam envolvidos outros materiais ou outras acções que não se enquadrem no âmbito das normas EN 1991 – EN 1999.
  • Avaliação estrutural de edifícios existentes a fim de atuar intervenções de reparação e modificação ou na avaliação da alteração do uso pretendido.

O Eurocódigo 0 pode ser usado como um documento de orientação para o projeto de estruturas fora do escopo dos Eurocódigos EN 1991 – EN 1999, para:

  • avaliar outras ações mecânicas e suas combinações;
  • modelar o comportamento de materiais e estruturas;
  • avaliar os valores numéricos do grau de confiabilidade.

O Eurocódigo também contém as definições de alguns termos básicos e símbolos convencionais usados em outros textos normativos (EN 1990 – 1999), como o conceito de vida útil do projeto .

Requisitos estruturais de um edifício segundo o Eurocódigo 0

O Eurocódigo 0 estabelece os requisitos estruturais básicos de um edifício.

Uma estrutura deve ser concebida e construída de modo a que mantenha um adequado grau de confiabilidade e uma sustentabilidade econômica durante toda a sua vida útil.

Qualquer estrutura deve ser capaz de:

  • apoiar todas as ações e influências que possam ocorrer durante a implementação e uso;
  • permanecer apropriado ao longo do tempo para o uso pretendido.

Quais são os requisitos de projeto de estruturas?

Ao projetar qualquer estrutura, deve-se levar em conta a possibilidade de eventos como explosões, impactos, terremotos, incêndios ou consequências de intervenções humanas.

Para que uma estrutura seja adequadamente projetada, os requisitos fundamentais a serem considerados na fase de análise e projeto estrutural são:

  • robustez;
  • resistência estrutural;
  • funcionalidade;
  • duração .
A imagem mostra os requisitos estruturais básico de um edifício de acordo com o Eurocódigo 0.

Requisitos estruturais de um edifício

Por exemplo, em caso de incêndio, a resistência estrutural deve ser adequada para o período requerido.

Os requisitos básicos devem ser satisfeitos mediante:

  • escolha de materiais adequados;
  • projeto apropriado;
  • especificação de procedimentos de controle para projeto, produção, construção e uso.

Além disso, é possível evitar ou limitar potenciais danos atuando as seguintes medidas:

  • evitar, eliminar ou reduzir os perigos a que a estrutura possa estar sujeita;
  • selecionar uma forma estrutural que tenha baixa sensibilidade aos perigos considerados;
  • escolher uma forma e um projeto estrutural que possam continuar existindo adequadamente após a remoção acidental de um único elemento ou de uma parte limitada da estrutura;
  • na medida do possível, sistemas estruturais que possam desabar sem aviso prévio;
  • unindo os elementos estruturais.

Eurocódigo 0: fatores fundamentais

O Eurocódigo 0 introduz alguns fatores fundamentais para a fase de análise e projeto estrutural:

  • gerenciamento de confiabilidade de edifícios;
  • vida útil do projeto;
  • duração de um edifício;
  • gestão da qualidade da construção.

Confiabilidade de um edifício

Os Eurocódigos propõem alguns aspectos gerais relativos à confiabilidade e qualidade de uma estrutura. É possível adotar diferentes níveis de confiabilidade para a resistência e funcionalidade das estruturas.

A fiabilidade exigida para estruturas enquadradas no âmbito da norma EN 1990 pode ser alcançada por:

  • uma análise estrutural e um projeto executado de acordo com as normas EN 1990 – EN 1999;
  • construção adequada da estrutura;
  • a implementação de certas medidas de gestão da qualidade.

A escolha de níveis de confiabilidade para uma determinada estrutura deve levar em conta alguns fatores relevantes:

  • a possível causa e/ou método para atingir um estado limite;
  • as possíveis consequências de uma avaria em termos de risco de vida, lesões, perdas económicas potenciais;
  • aversão pública a fracassos;
  • as despesas e procedimentos necessários para reduzir o risco de falha.

Cabe ao projetista determinar os níveis de confiabilidade de uma determinada estrutura. Esses níveis podem ser especificados em um dos seguintes métodos:

  • da classificação da estrutura como um todo;
  • pela classificação de seus componentes.

Como atingir esses níveis de confiabilidade? Alguns exemplos são:

  • medidas preventivas e de proteção (por exemplo, implementação de barreiras de segurança, medidas de proteção ativa e passiva contra incêndios, proteção contra riscos de corrosão como pintura ou proteção catódica);
  • medidas relacionadas a cálculos de projeto
  • medidas de gestão da qualidade;
  • medidas destinadas a reduzir erros no projeto e construção da estrutura.

Vida útil do projeto

O capítulo 2.3 da norma EN 1990 define a vida útil do projeto como “o período durante o qual uma estrutura ou parte dela deve poder ser utilizada, com manutenção preventiva, mas sem necessidade de intervenções extraordinárias, para o fim a que se destina”.

A tal propósito, o Eurocódigo 0 estabalece cinco classes de estruturas com suas respetivas vidas úteis.

Vida útil do projeto Eurocódigo EN 1990

Vida útil do projeto Eurocódigo EN 1990

Conforme ilustrado na tabela:

  • a categoria 1 inclui estruturas temporárias que devem ter um valor de vida útil de projeto de 10 anos.
  • A categoria 2 inclui peças estruturais substituíveis, como vigas de pontes rolantes e dispositivos de suporte, com vida útil variando de 10 a 25 anos.
  • A categoria 3 inclui edifícios agrícolas e similares, com vida útil de 15 a 30 anos.
  • A categoria 4 inclui edifícios e outros tipos de construção, com uma vida útil de 50 anos.
  • A categoria 5, por fim, inclui edifícios monumentais, pontes e outras estruturas de engenharia civil estrategicamente importantes, cujo valor de vida útil deve ser igual a 100 anos.

Observe-se que a norma não considera como “temporárias” as estruturas, ou partes de estruturas, demolidas para reutilização.

Vida útil de um edifício

Ao projetar qualquer estrutura, deve-se prever a natural deterioração que ela vai sofrer ao longo de sua vida útil, e desenvolver o projeto de modo que ela não afete o desempenho dela, respeite o meio ambiente e o nível de manutenção esperado.

Para obter uma estrutura com durabilidade adequada, deve-se levar em consideração multíplices fatores:

  • o uso pretendido ou pretendido da instalação;
  • os critérios de projeto necessários;
  • as condições ambientais exigidas;
  • a textura, propriedades e desempenho de materiais e produtos;
  • as propriedades da terra;
  • a escolha do sistema estrutural
  • a forma dos elementos estruturais;
  • a qualidade da mão de obra e o nível de controle;
  • Medidas preventivas;
  • a manutenção esperada durante a vida útil do projeto

Por fim, não se pode deixar de avaliar as próprias condições ambientais na fase de projeto. É possível estimar o grau de deterioração mediante cálculos, investigações experimentais, experiências de construção anteriores ou uma combinação dessas considerações.

Por esta razão, sugerimos que você use um software de cálculo estrutural para edifícios novos ou existentes com elementos em concreto armado, aço, alvenaria e madeira, que o guiarão passo a passo no projeto.

Gestão da qualidade de um edifício

Para criar uma estrutura que atenda aos requisitos e hipóteses formulados durante a fase de projeto, é necessário adotar medidas adequadas de gestão de qualidade.

Essas medidas consideram:

  • a definição dos requisitos de confiabilidade;
  • medidas de gestão;
  • verificações nas fases de projeto, construção, uso e manutenção.

Para realizar o cálculo estrutural de acordo com os fatores mencionados e os Eurocódigos, recomendamos utilizar um específico software de cálculo estrutural que permita projetar de acordo com as diretrizes dos Eurocódigos.

A imagem mostra a interface do software para cálculo estrutural Edificius, desenvolvido pela fabricante ACCA software. A interface do software permite escolher as normas a se utilizar, incluindo os Eurocódigos.

EdiLus: Seleção do Eurocódigo e Anexos Nacionais

O software EdiLus permite selecionar os anexos nacionais publicados por cada País, podendo assim escolher entre os parâmetros nacionais de Europa (valores recomendados pelo CEN), França, Portugal, Espanha, Reino Unido, Singapura, Eslovénia e Croácia.

A imagem mostra a interface do software para cálculo estrutural Edificius, desenvolvido pela fabricante ACCA software. A interface do software permite escolher o anexo nacional dos Eurocódigos a se utilizar.

Eurocódigo EdiLus: anexos nacionais

Ao selecionar o anexo nacional que se deseja utilizar, o software ajustará os parâmetros nacionais para os valores padrão em uso no País escolhido. Também é possível criar um conjunto de parâmetros nacional personalizado e exportá-lo por meio de um arquivo apropriado.

 

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