O que é o IFC 5?
IFC 5: os futuros desenvolvimentos do formato aberto que revolucionaram o trabalho de quem atua no setor da construção
O esquema IFC está em constante evolução. Vamos ver juntos como isso está mudando e quais serão as novidades do IFC 5.
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O que é IFC 5?
O esquema IFC foi lançado em diferentes versões e ainda está em constante evolução. As duas versões mais utilizadas atualmente são IFC 2×3 e IFC 4, a versão em andamento e futura será a IFC 5.
Cabe lembrar brevemente que a história do IFC começa no final da decada de 90, com o lançamento do IFC 1.0, 1.5, 1.5.1, seguido em 2006 pelo IFC 2x, 2×2 e 2×3 (também chamada de IFC 4 por simplificação). O IFC 4 estende o suporte para recursos geométricos e paramétricos, estende serviços de construção e domínio estrutural e inclui um formato XML simples.
Embora a versão IFC 2×3 tenha sido substituída pela IFC 4, e apesar de algumas limitações, ela ainda é a mais usada atualmente. A razão para este atraso deve-se em parte ao fato de que as principais ferramentas e softwares BIM levam tempo para implementar e suportar esta nova versão e, além disso, muitos dos projetos em andamento hoje ainda utilizam a versão IFC 2×3 como referência oficial.
Atualmente o IFC, nas versões validadas, permite definir de forma exaustiva as estruturas do edifício, mas apresenta ainda fortes limitações para a definição de infra-estruturas. No entanto, a versão final IFC 4.3 — que poderá evoluir para 4.4 ou 5 — será possível também representar as infra-estruturas pontuais e lineares.
O lançamento do IFC é um evento muito esperado mas, atualmente, ele se encontra ainda na fase inicial de planejamento, sem data prevista de entrega. O principal diferencial desta nova versão será certamente a expansão ulterior das capacidades paramétricas e a inclusão do domínio de infraestruturas.

IFC 5 e infraestrutura
Alterações IFC
Em abril de 2020, a buildingSMART International publicou uma “Technical Roadmap” com o objetivo de apoiar a crescente digitalização do setor da construção.
Um dos principais temas abordados do documento foi justamente o futuro do Industry Foundation Classes (IFC), o formato de arquivo aberto e não proprietário desenvolvido para definir as informações geométricas e alfanuméricas de edifícios, produtos pré-fabricados, sistemas elétricos, etc. e apoiar as atividades de intercâmbio entre os colaboradores do setor da construção, durante todo o ciclo de vida da obra.
Após a publicação do roteiro, desenvolveu-se uma pequena equipe de trabalhar com foco no novo padrão IFC e, em particular, na versão 5. Face a novos conceitos como gêmeos digitais e edifícios e cidades inteligentes, há uma expectativa crescente de padrões e soluções abertas para o futuro e para novos desenvolvimentos.
Os próximos passos consistirão no desenvolvimento adicional do IFC 5 em vários subgrupos focados em produtos, relacionamentos, geometria e outros recursos.
O desenvolvimento da versão IFC 5 foca principalmente em sua modernização e normalização para suportar novos casos de uso e mudanças na indústria da construção, não pretendendo adicionar domínios ou conteúdos ulteriores: dessa forma, as futuras versões do IFC 4.3 e do IFC 5 compartilharão o mesmo âmbito semântico.
A estrutura atual da IFC foca-se na criação de um padrão para a troca de dados baseada em arquivos, mas novas formas de trabalho impõem novos requisitos à IFC.
Transformar o IFC para acompanhar a evolução do setor da construção (CDEs, gêmeos digitais, sensores IoT, cidades inteligentes, etc.) é uma tarefa enorme e uma mudança drástica em relação às técnicas de modelagem à base de arquivos usadas hoje em dia.
Embora seja ainda possível trocar os IFCs transacionais sob forma de arquivos, surge agora a possibilidade de gerenciá-los mediante as Interfaces de Programação da Aplicação (APIs). A troca parcial (“transacional”) é uma forte necessidade do setor.
A troca de arquivos parciais entre sistemas ainda é muito complicada devido à estrutura complexa dos arquivos: mudar o objetivo da otimização do IFC para “utilizá-lo em um ambiente transacional” em vez de otimizar as trocas baseadas em arquivos é uma grande mudança cultural. Fica claro que isso implica também o uso de outros indicadores-chave de desempenho IFC além dos usados nos últimos 15 anos.
Para garantir um IFC voltado para o futuro, o esquema deverá:
- tornar-se previsível e consistente;
- basear-se em metodologias que possuam um equivalente em vários idiomas interpretáveis pelo computador;
- eliminar referências circulares e, possivelmente, adicionar identificadores às entidades desprovidas;
- tornar-se modular para facilitar outros domínios e extensões.