A imagem mostra um trabalhador com capacete amarelo ilustrando uma obra em andamento

Primeira Pesquisa Nacional sobre Digitalização no setor AECO

Divulgados os resultados da Primeira Pesquisa Nacional sobre Digitalização nas Engenharias, promovida pelo Confea/Crea/Mútua

No dia 28/06, foram divulgados os resultados da Primeira Pesquisa Nacional sobre Digitalização nas Engenharias no âmbito da Indústria da Construção, promovida pelo Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea) e Caixa de assistência dos profissionais dos CREAs (Mútua).

Com foco na digitalização do setor da construção, o estudo teve como objetivo avaliar a maturidade digital do setor no país. Todo o conhecimento adquirido por meio da investigação realizada pela pesquisa permitirá o acesso a informações extremamente úteis para a tomada de decisões dos gestores públicos voltadas à adoção e à difusão de soluções tecnológicas, tais como o BIM, para a indústria da construção.

É muito importante salientar que, com a participação das áreas de Engenharia e também de Arquitetura, será possível retratar de uma maneira muito mais ampla e abrangente o cenário brasileiro em relação ao processo de digitalização, coletando dados sobre a real situação do conhecimento e uso da metodologia BIM em toda a cadeia AECO brasileira: empresas de projeto de arquitetura, engenheiros estruturais, de instalações e climatizações, paisagistas e construtoras.

Digitalização nas Engenharias: resultados da pesquisa

Perfil dos entrevistados

A pesquisa, lançada em seis de abril de 2022, encerrou-se em seis de maio e contou com a participação de 5000 profissionais dos vinte e sete Estados do Brasil, sendo amplamente divulgada pelos CREAs regionais.

A maioria (62,8%) dos entrevistados pertence à área de Engenharia Civil, seguido pelas áreas de Elétrico (12,4%) e Mecânico (10,9%), sendo representadas as maiores área de atuação profissional do sistema CREA.

Com relação à faixa etária, houve uma rica participação de todas as faixas etárias, havendo um pequeno destaque nas faixas de até 30 e 39 anos (25,8% dos entrevistados) e entre 50 e 64 anos (24,1%).

Resultados da Primeira Pesquisa Nacional sobre Digitalização nas Engenharias — © Crea, Confea, Mútua

Resultados da Primeira Pesquisa Nacional sobre Digitalização nas Engenharias — © Crea, Confea, Mútua

Quanto aos padrões de trabalho, um dado de relevo é o fato de a maioria dos entrevistados (93,8%) relatar utilizar sim padrões de trabalho: todavia, 33,63% deles relata utilizar “padrões próprios documentados”, ou (21,17%) “critérios próprios informais”. Apenas 25,56% afirma utilizar “guias ou manuais de boas práticas”: um dado preocupante que confirma a urgente necessidade de ações de padronização, como aquelas operadas em nível nacional por entidades como o BIM Fórum Brasil ou o recém-lançado Projeto Construa Brasil.

Conhecimento e sensibilização

Com relação às estratégias em que os profissionais procuram atualizações em seus conhecimentos, 95% dos entrevistados manifestou buscar informações sobre assuntos relacionados à transformação digital, nas formas de “materiais ou artigos especializados” (53,5%) e “vídeos de curta duração” (51,7%): uma informação que confirma a necessidade, em um mundo digital, de informações rápidas e de fácil acesso.

O 99% dos entrevistados identifica a necessidade de capacitação e/ou treinamento nas “metodologias de planejamento e gestão de processos de trabalho”, para fazer com que os times trabalhem de maneira produtiva.

Apesar do dado preocupante de apenas 11,2% dos entrevistados terem ouvido falar em BIM antes de responder à pesquisa, cabe destacar que, daqueles que conheciam o BIM, mais de 70% enxergou os benefícios trazidos pela metodologia e afirmou acreditar que o BIM terá uma grande importância na transformação digital.

Resultados da Primeira Pesquisa Nacional sobre Digitalização nas Engenharias — © CREA

Resultados da Primeira Pesquisa Nacional sobre Digitalização nas Engenharias — © CREA

Obstáculos à digitalização

A primeira barreira que foi apontada foi referente aos “investimentos” (de acordo com 48,3% dos entrevistados), seguida em 30,5% pela “falta de alternativas de treinamento” e, em 29,1%, por um “conhecimento insuficiente para avaliar as diferentes alternativas presentes no mercado”.

Dos entrevistados, 57% disseram estar no estágio inicial sendo que, entre eles, 67,4% relatou ter interrompido suas ações de adoção por “falta de recursos” ou “incertezas sobre o processo de adoção” (18,9%).

26% dos entrevistados manifestou já ter desenvolvido algum tipo de experiência em BIM mas, deles, 46% afirmou ter praticado o BIM de maneira isolada (um dado que parece contraditório, pois, por sua própria natureza, o BIM é compartilhado!).

Os resultados do questionário podem ser livremente consultados no portal do BIM Fórum Brasil.

Digitalização na Arquitetura e Urbanismo

Também foi lançada outra pesquisa nacional de grande importância no que tange ao setor da construção no território brasileiro: a Primeira Pesquisa Nacional sobre Digitalização na Arquitetura e Urbanismo, realizada pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU/BR) conjuntamente com o BIM Fórum Brasil.

Primeira Pesquisa Nacional sobre Digitalização na Arquitetura e Urbanismo | © CAU/BR

Primeira Pesquisa Nacional sobre Digitalização na Arquitetura e Urbanismo | © CAU/BR

A iniciativa, que contou com o patrocínio da ABDI, tem como principal objetivo elaborar um diagnóstico sobre o momento atual da indústria da construção orientado a servir de base para planejamento estruturado de políticas relacionadas à digitalização da Arquitetura e Urbanismo do Brasil.

De acordo com o Censo dos Arquitetos e Urbanistas do Brasil publicado pelo CAU/BR (2020), a pesquisa será enviada a mais de 83 mil arquitetos em atividade no mercado brasileiro.

II Censo dos Arquitetos e Urbanistas do Brasil promovido pelo CAU/BR | © CAU/BR

II Censo dos Arquitetos e Urbanistas do Brasil promovido pelo CAU/BR | © CAU/BR

É a primeira vez que uma pesquisa desse porte, visando compor uma amostragem representativa e construir um diagnóstico plural e fiel do setor, é realizada nacionalmente. Serão ouvidos arquitetos e urbanistas atuantes em todo o território nacional, previamente cadastrados no SICCAU, devendo responder a pesquisa exclusivamente pelo e-mail.

A divulgação dos dados coletados pelo CAU/BR na Primeira Pesquisa Nacional sobre Digitalização na Arquitetura e Urbanismo deverá acontecer em julho ou agosto, ainda sem data definida.

Observações finais

Ressalta-se que ambas as pesquisas puderam contar com o patrocínio da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e com a promoção do BIM Fórum Brasil.

A ACCA software foi uma das primeiras associadas do BIM Fórum Brasil, sendo um membro bastante atuante nos grupos de trabalhos da entidade e, principalmente, no Grupo de Trabalho que está discutindo a abertura do Chapter brasileiro da buildingSMART International. A ACCA software também possui parceria com a ABDI em uma ação promovida pela entidade em relação a Biblioteca Nacional BIM, em que nossos softwares foram utilizados para analisar e verificar os modelos em formato IFC carregados na plataforma e suas informações.

Entre os vários dados resultantes da pesquisa, há uma grande preocupação com o fato de tantas ações de adoção serem interrompidas ou bloqueadas devido à falta de recursos aptos a sustentar um investimento em treinamento e capacitação.

A ACCA software orgulha-se em disponibilizar um BIM de fácil acesso para todos, pois, um BIM fechado para poucos eleitos vai contra os próprios paradigmas de comunicação, interoperabilidade e colaboração que estão à base do conceito. Nas palavras do CEO Guido Cianciulli, “nosso intuito é tornar o BIM mais democrático com espaços abertos de colaboração, ferramentas que funcionam por formatos padrão, facilidade de uso e custos acessíveis a todos em todos os Países do mundo”.

A ACCA parabeniza os intensos esforços que o Brasil está enfrentando face à crescente disseminação dessa metodologia, e pretende apoiar tais esforços mediante políticas de preços acessáveis e apoio às instituições públicas e de ensino.

Leia mais sobre as parcerias celebradas entre a ACCA e vários órgãos públicos ou instituições de ensino.

 

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