Como projetar um supermercado, o guia completo profissional
Como projetar um supermercado: linhas guias e exemplo com renders, arquivos DWG e modelo 3D realizado com um software de projeto arquitetônico BIM
Neste guia técnico, explicaremos como projetar um supermercado, desde a distribuição dos espaços até os diferentes tipos de organização, e forneceremos um projeto completo, com renders e gráficos DWG, criado pela equipe do BibLus utilizando um software profissional para engenheiros e arquitetos.
Abaixo, pode baixar gratuitamente o arquivo de projeto que contém os renders e mexer nele para obter os mesmos resultados. Além disso, pode até baixar gratuitamente a versão de teste do software de projeto arquitetônico BIM Edificius, completo com todos os recursos.
Além disso, você também pode obter desenhos técnicos da construção com usBIM.blueprint, que é a aplicação online para criar planos, elevações e seções diretamente de um simples navegador

Render supermercado – Realizado com Edificius
Baixe gratuitamente o modelo BIM 3D (arquivo .edf) do projeto
Baixe gratuitamente Edificius, o software para projeto arquitetônico BIM
Normas de referência
- ABNT, NBR 9050:2005 – Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos
- ABNT NBR ISO 23953-2:2009 – Expositores refrigerados
- ABNT NBR 12693:2010 – Sistemas de proteção por extintores de incêndio
- ABNT NBR 5626:1998 – Instalação predial de água fria
- ABNT NBR 5410:2004 Versão Corrigida: 2008 – Instalações elétricas de baixa tensão
- ABNT NBR ISO/CIE 8995-1:2013 – Iluminação de ambientes de trabalho
- ABNT NBR IEC 60839-1-1:2010 – Sistemas de alarme
- Código de Obras e Edificações da prefeitura de referência. Confira aqui, por exemplo, o código do Município de São Paulo.
Distribuição e organização de espaços no projeto de supermercado
Ao projetar um supermercado, o objetivo principal é racionalizar a organização dos espaços internos para maximizar as vendas.
Por isso, é necessário conhecer e compreender os hábitos do consumidor de forma a implementar escolhas que possam aumentar suas compras.

Supermercado – Esquema das funções realizado com Edificius
O arranjo do mobiliário influencia significativamente o comportamento das pessoas durante suas compras.
O objetivo é deixar que o cliente experimente uma sensação de bem-estar, prolongando sua estadia no supermercado e favorecendo o número de compras não programadas, as chamadas ‘compras por impulso’.
Vamos conhecer os principais modelos de layout que podem ser utilizados no projeto arquitetônico de supermercado.
Modelo de grade
O layout de grade prevê que o equipamento de exposição seja colocado de forma retangular, em linhas paralelas, formando ângulo reto com a fachada e o fundo do supermercado.
É o layout mais comum, sobretudo no caso de alimentos, pois permite uma otimização dos espaços, garantindo ampla disponibilidade de produtos ao cliente e aumento nos ganhos ao vendedor.
Outro benefício importante é a simplificação de aspectos logísticos; o modelo de grade, por exemplo, facilita o abastecimento das prateleiras e o controle de seus vários produtos.
Outros aspectos positivos se referem à circulação dos clientes pelas linhas de gôndolas, pois o cliente transita e se orienta facilmente nos vários setores. Isso resulta em menos interrupções no ‘trânsito’ e menos congestionamentos, aspectos que, se mal gerenciados, podem comprometer a imagem do supermercado e, portanto, ter um impacto negativo nos ganhos.
Porém, o modelo de grade também apresenta aspectos negativos que podem afetar volume de vendas e/ou fluxo de clientes.
A extrema racionalização dos ambientes, na verdade, requer que as gôndolas sejam sempre organizadas da mesma maneira, com variações mínimas ao longo do tempo. Isso resulta em um processo de memorização por parte dos clientes, que tendem a concluir suas compras agendadas em menos tempo, evitando ‘compras por impulso’.
Outro aspecto negativo é a excessiva monotonia da distribuição, devida a questões logísticas, que torna a experiência de compra mais frustrante e, acima de tudo, pode transmitir a sensação de maior importância atribuída às necessidades da oferta do que aos interesses da demanda.
Modelo de butique
É um modelo de organização mais recente e inovador comparado com o modelo de grade.
O layout de butique prevê que cada setor ocupe um espaço bem definido, com sua própria identidade, incluindo cores, estilos e atmosfera. Geralmente, esse é o modelo adotado por lojas pequenas ou especializadas que apresentam exclusivamente produtos de uma mesma marca ou designer, pois tendem a dar a seus negócios um caráter pessoal de distinção.
O aspecto positivo é a maior liberdade para o cliente, que pode circular à vontade visualizando todos os produtos incluídos em áreas homogêneas. O layout de butique torna o cliente mais motivado a visitar toda a loja e fazer compras de impulso (um dos principais objetivos do vendedor). Além disso, este modelo atribui uma importância fundamental ao cliente, satisfazendo totalmente suas necessidades.
Aspectos negativos, no entanto, são a organização e o gerenciamento tanto de espaços como de produtos. O modelo de butique, de fato, resulta em:
- menor otimização dos espaços em comparação ao layout da grade, pois na mesma área de superfície é possível colocar um número menores de gôndolas;
- mais custos logísticos, principalmente para o gerenciamento e a organização das prateleiras.
Modelo de pista
Trata-se de um sistema de organização pouco utilizado no projeto de supermercado.
O modelo de pista apresenta um corredor principal, que começa na entrada da loja e leva os consumidores a circular ao longo do perímetro do supermercado. Os vários setores são colocados de frente para esse corredor principal, facilitando sua identificação e localização.
Essa “pista”, ainda, prevê percursos secundárias organizados de forma a garantir acesso a todos os setores do supermercado, evitando possíveis congestionamentos em alguns deles.
Modelo misto
Também existem modelos mistos, que combinam diferentes tipos para aproveitar e aumentar as vantagens dos layouts já descritos.
É o caso do sistema ‘grade/butique’, em que a racionalidade e a simplicidade da organização do layout de grade são combinadas com o arranjo inovador do layout de butique.
É importante realçar que no projeto de supermercado não há modelo melhor que o outro, pois a escolha do layout mais adequado sempre depende do objetivo comercial a ser alcançado, tendo em conta medidas e dimensões.
Dimensões e dicas
Em relação à largura dos corredores entre as gôndolas, é importante considerar os aspectos que permitem aos clientes parar e prestar atenção às mercadorias, mesmo em caso de grande fluxo de clientes em um certo setor do supermercado.

Supermercado – Dimensões corredores
Geralmente, é preciso levar em conta os gabaritos referentes a cada pessoa e ao mobiliário:
- pessoa transitando no corredor – 0,60 – 0,90 m;
- pessoa parada na frente de uma gôndola – 0,75 – 0,90 m;
- pessoas com carrinho – 0,75 – 0,90 m;
- pessoa em cadeira de rodas ≤ 0,90 m;
- largura gôndola – 0,80 m;
- largura geladeira – 0,90 m;
- largura vitrine refrigerada – 1,40 m;
- largura expositor refrigerado – 1,40 m;
- largura balcão – 0,60 – 0,90 m;
- largura prateleiras – 0,80 m.
Respeitando essas medidas, é possível projetar um supermercado de forma correta.
Projeto de supermercado: um exemplo prático
O exemplo que propomos é o projeto de um supermercado pequeno incluído no contexto urbano, precisamente no andar térreo de um edifício residencial.
A área total é de cerca de 300 m², desenvolvida em um único nível e distribuída de acordo com os vários setores de um supermercado.

Planta supermercado – Realizada com Edificius
O espaço interno do supermercado foi concebido para criar um percurso, em forma de “U”, que permita ao cliente visualizar o maior número possível de produtos. Por isso, entrada e saída ficam no mesmo lado.
A entrada apresenta um espaço específico destinado aos carrinhos de compras. O percurso em U se desenvolve ao longo de 6 corredores paralelos, de 1,80 m de largura cada um, que possuem as mercadorias.
No fundo da loja se encontra o balcão de carnes e queijos, adequadamente dimensionado para garantir um espaço confortável para o pessoal. Atrás do balcão de carnes ficam as áreas para o pessoal: depósito, escritório, vestiário e banheiros.
Os caixas, enfim, são posicionados diretamente em direção à saída para facilitar a saída dos clientes e evitar possíveis congestionamentos.
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