Como projetar uma escola: o guia técnico completo e profissional para projeto arquitetônico BIM
Projetar uma escola: linhas guias e organização dos espaços com um exemplo completo com renders, arquivos DWG e modelo 3D realizado com um software de arquitetura BIM disponível para download
O guia de hoje pretende tratar das boas práticas a considerar ao projetar uma escola, partindo da sua ideação até o dimensiomento, fornecendo um exemplo completo com renders e documentos DWG, que realizamos utilizando um software profissional para engenheiros e arquitetos.
Baixe gratuitamente o projeto onde foram feitos esses renders e tente obter os mesmos resultados. Lembrando que pode baixar de graça a versão de teste do software de projeto arquitetônico BIM Edificius, sem nenhum limite nos recursos.

Render escola — Entrada — Realizado com Edificius
Baixe o modelo BIM 3D (arquivo .edf) do projeto
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Linhas guia para arquitetura escolar contemporânea
A nível internacional, a maioria dos países prevê linhas guia com diretrizes para a execução de novas escolas.

Render jardim — Realizado com Edificius
Essas normas definem metodologias de projeto que podem ser adaptadas às necessidades educacionais e organizacionais de uma escola em constante mudança. Nascem, assim, espaços modulares, facilmente configuráveis e capazes de responder a contextos sempre diferentes e adequados para sistemas de ensino e aprendizagem cada vez mais avançados. Além disso, com a evolução do ensino e a difusão das NTIC na prática educacional, a realização de prédios escolares também terá que responder a parâmetros e critérios completamente novos de arquitetura e organização de espaços.
Projetar uma escola como centro comunitário
Os novos prédios escolares representam um elo de ligação com o contexto urbano, um verdadeiro centro comunitário que contribui à qualidade do tecido urbano, com uma preferência para áreas saudáveis e tranquilas, possivelmente planas, que acolham equipamentos de lazer e esporte.

Render jardim — Realizado com Edificius
Em outras palavras, as novas linhas guia para arquitetura escolar visam promover um novo conceito de espaço educacional, caracterizado por:
- ambientes de aprendizado enriquecidos com novas funções, por exemplo centros de serviços para o território;
- ambientes de “ponte” entre diferentes gerações e culturas, espaços e oportunidades de diálogo entre administração pública e cidadãos;
- ambientes destinados a crianças e jovens, mas também pontos de referência para as numerosas associações que trabalham no campo social;
- prédios escolares em transformação contínua, capazes de se adaptar às inovações pedagógicas e acompanhar uma sociedade em constante mudança.
Os espaços de aprendizagem

Render sala de aula — Realizado com Edificius
As novas linhas guia incluem diretrizes interessantes relacionadas a ambientes de aprendizagem específicos, destinados a atividades com alto potencial tecnológico:
- pátio: a praça da escola, que serve como grande área de reunião onde todos podem se reunir para acompanhar eventos de interesse coletivo.
- Espaço comum: ambiente, evolução da sala de aula tradicional, no qual é possível realizar uma série de atividades educativas diversificadas e interativas.
- Espaço informal: ambiente destinado a atividades de recreação, equipado com almofadas, sofás, cadeiras e muito mais. Esses espaços são concebidos para tornar utilizáveis áreas que costumavam ser apenas de passagem, como corredores.
- Espaço individual: ambiente em que o aluno pode focar no estudo, afastando-se do contexto circundante.
- Espaço de exploração / oficina: ambientes que permitem aos alunos realizar atividades que exigem ferramentas específicas, como laboratório de ciências ou sala de aula digital.

Projeto de conceito – Rascunho planimetria distribuição espaços
Normas de referência
A análise das normas referentes a planejamento urbano, regulamentos técnicos e de segurança é propedêutica à fase de projeto e determina aspetos funcionais e dimensionais do prédio escolar.

Render biblioteca — Realizado com Edificius
Além de normas de construção, também será preciso levar em conta diretrizes referentes à escolha de mobiliário escolar adequado. Por exemplo, na União Europeia, cada país deve respeitar e implementar a nível nacional às normas seguintes:
- EN 1729-1 | Norma para especificação de dimensões e tamanho de cadeiras e mesas para instituições de ensino
- EN 1729-2 | Cadeiras e mesas para instituições de ensino – Requisitos de segurança e métodos de teste
Projetar uma escola primária: um exemplo prático
Vamos agora analisar o projeto de uma escola primária padrão, constituída por cinco salas de aula e espaços adicionais de aprendizagem e serviço.

Projeto de conceito — Escola com salas de aula (Leste), pátio (Centro), laboratórios e biblioteca (Oeste).
A metodologia de composição conforme função
Vamos começar o nosso projeto definindo os principais blocos funcionais — salas de aula, oficinas, ambientes para professores e pessoal, cantina, espaços técnicos — realizados em volta do ambiente coletivo do prédio, isto é, o pátio.

Render pátio — Realizado com Edificius
Tendo em conta a extensão do lote e a relação com o contexto adjacente, vamos definir de forma detalhada, mas esquemática, os espaços de aprendizagem que caracterizam a arquitetura de escolas primárias constituídas por cinco salas de aula:
- as salas de aula possuem um perímetro articulado a fim de poder arranjar as mesas escolares de forma mais complexa e menos padronizada, conforme necessidades de ensino. Todas as salas são orientadas para o Leste e protegidas contra o sol por brise soleil, ajustável automaticamente usando foto sensores.
- Laboratórios e cantinas são projetados de acordo com uma sequência semelhante de espaços regulares no lado Oeste.
- Os ambientes para professores e pessoal da escola precedem os dois blocos funcionais destinados ao ensino.
- O pátio, o espaço coletivo por excelência, consiste na grande praça coberta de altura dupla, onde convergem todos os percursos de ligação com os restantes ambientes. Está sempre pronto para receber os alunos no início e no final das aulas, bem como pais e cidadãos em ocasiões especiais como assembleias, reuniões de grupo e espetáculos. Uma pequena escada acolhe os alunos, mesmo em momentos de lazer ou atividades informais.
- Os espaços informais, criados nas áreas de conexão entre os diferentes ambientes, estão equipados com sofás e cadeiras e acolhem os alunos para atividades de recreação, tornando assim utilizáveis áreas geralmente de passagem, como corredores.
- Os espaços individuais, localizados principalmente perto das salas de aula, permitem que os alunos se concentrem no estudo, afastando-se do contexto circundante.
- As áreas verdes, enfim, ao redor do prédio escolar, favorecem a curiosidade, o desenvolvimento das crianças e a socialização, estimulando a sensibilidade em relação ao ambiente natural, que se torna num verdadeiro laboratório.
Para evitar a sobrelotação das salas de aula, é previsto um número de 17-19 pessoas, incluindo alunos e professor.

Render pátio interno — Realizado com Edificius
A nossa escola primária também está equipada com uma grande biblioteca e um centro de apoio familiar, acessíveis diretamente de fora do prédio, contribuindo para:
- melhorar a oferta educacional e a didática para os alunos;
- tornar os ambientes escolares utilizáveis fora do horário de aulas;
- promover a interação entre comunidade escolar e cidadãos, além de serem pontos de referência para o bairro.

Projeto de conceito — Esquema altimétrico do pátio
8 características tecnológicas e de desempenho inovadoras no projeto de escola primária
Vamos aqui resumir os principais elementos técnicos e tecnológicos previstos no projeto das diferentes categorias de obras — alvenaria, isolamento, esquadrias, instalações — do nosso prédio escolar:
- uso de sistemas de aquecimento e refrigeração de alta eficiência e fontes de energia renováveis, tanto no inverno como no verão.
- Interação entre vegetação e elementos de construção, garantindo várias funções como: variações microclimáticas de temperatura, umidade e vento; purificação do ar; redução de ruído. Os dois pátios internos e os espaços verdes externos, além de melhorar o conforto visual, favorecem a ventilação natural e a penetração da luz solar, ajustável por sistemas de proteção fixos e móveis e pela presença de árvores de folha caduca.
- As paredes mais expostas à irradiação solar, com risco de superaquecimento no verão, são adequadamente protegidas por fileiras de árvores de folha caduca e por um sistema de regulação da luz solar através da instalação de brise soleil. Todas as paredes, ainda, possuem uma camada de espessura adequada constituída por painéis de fibra de madeira, garantindo conforto no verão e no inverno.
- O telhado possui um espaço intermediário ventilado que reduz o efeito “ilha de calor” e contribui para isolamento térmico e acústico.
- O piso térreo acolhe elementos do tipo “iglu” que, gerando ventilação através do espaço intermediário, eliminam o excesso de umidade e ajudam a eliminar a possível presença de gás radônio.
- As partes envidraçadas são constituídas por vidros de baixa emissividade, com injeção de gás argónio no espaço intermediário, resistentes a impactos ou à prova de quebra e realizados em janelas de alumínio pré-pintado ou madeira com corte térmico. Como mencionado, janelas e portas francesas, expostas de Leste para Oeste, estão equipadas com elementos de proteção externos.
- O telhado da biblioteca possui claraboias com vidros opacos que capturam a luz do Norte e a difundem de forma controlada nos pisos da área de leitura, iluminando, de forma não prejudicial, os espaços destinados ao arquivo de livros.
- As aberturas localizadas na parte superior dos espaços internos maiores favorecem ventilação natural adequada nas salas de aula, graças ao sistema túnel de luz: o ar fresco que chega dos pátios internos, através de aberturas específicas nas janelas, substitui o ar quente que, subindo, é expelido para o exterior através de túneis de luz no telhado.
Baixe documentos DWG e modelos 3D BIM do projeto
Seguem disponíveis para o download os documentos DWG e o modelo 3D, ambos realizados com um software de projeto arquitetônico BIM.

Render entrada biblioteca — Realizado com Edificius
Baixe o modelo BIM 3D (arquivo .edf) do projeto
Baixe os arquivos DWG (formato .zip) das pranchas gráfica do projeto de uma escola